Enxerto gengival: como ele corrige falhas estéticas do sorriso?
Muitos pacientes possuem problemas gengivais decorrentes de traumas, acidentes ou doenças periodontais. Nesses casos, tanto a estética quanto a função dessa estrutura ficam prejudicadas e um enxerto gengival pode ser a única forma de solucionar esse problema.
Sem esse tratamento que corrige falhas e retrações, essas pessoas têm a sua qualidade de vida extremamente afetada, principalmente no âmbito social, porque suas gengivas serão um empecilho para que elas sorriam, falem e convivam com outras pessoas normalmente.
Está passando por esse problema e quer conhecer mais sobre o enxerto gengival? Continue a leitura e descubra tudo sobre essa técnica que vai harmonizar e recuperar o seu sorriso!
O que é o enxerto gengival?
O enxerto trata-se de um processo cirúrgico de reconstrução da gengiva que está atrofiada ou retraída. Para que a técnica seja realizada da melhor forma possível e para que os resultados obtidos sejam duradouros e bem-sucedidos, é indicado utilizar material proveniente do próprio paciente, ou seja, sua própria gengiva.
Assim, esse procedimento é fundamental para a correção de problemas estéticos e funcionais e, aliado a um implante dentário, é a garantia da recuperação completa de um sorriso.
Quais são os benefícios do procedimento?
Os benefícios do enxerto gengival vão muito além da estética. As gengivas são fundamentais e a sua falta deixa a raiz dos dentes exposta, favorecendo o desenvolvimento de doenças como cáries, tártaro e placa bacteriana. Entre as vantagens agregadas pela técnica estão:
- o recobrimento de raízes expostas devido a uma recessão gengival;
- a reconstrução de regiões em que dentes foram perdidos;
- o aumento de volume gengival em áreas de contato com próteses fixas;
- a melhora dos resultados obtidos com as próteses dentárias;
- a correção de gengivas acinzentadas ao redor de implantes dentários;
- a prevenção de retração em pessoas que possuem uma gengiva muito fina.
Existe alguma restrição para a realização do enxerto gengival?
Algumas condições bucais são determinantes para possibilitar a realização de um enxerto. Conheça quais são os fatores que restringem essa cirurgia:
- perda de papilas gengivais;
- dentes em posição inadequada ou tortos;
- placa bacteriana, gengivite e periodontite, causados pela falta de higiene bucal;
- retração severa da gengiva.
Além disso, o biotipo da gengiva também é um fator que interferente para o sucesso de um enxerto. Não existem problemas no procedimento para pessoas que possuem gengivas bem grossas e firmes.
Os pacientes de gengiva fina, no entanto, estão associados a situações de recidivas e necessidade de repetir o procedimento. Nesses casos, é preciso escolher uma técnica diferenciada — mas nada que impeça a realização da cirurgia.
Como a cirurgia é realizada?
O pré-operatório
A única exigência é que, alguns dias antes de passar pelo procedimento, o paciente inicie o tratamento estabelecido pelo dentista com medicamentos anti-inflamatórios, os quais vão inibir essa reação fisiológica. O uso desses medicamentos se estende até o pós-operatório.
A cirurgia
Existem diferentes técnicas para a realização do procedimento, o qual costuma ocorrer em duas fases distintas: uma para a coleta de tecido e outra para o enxerto propriamente dito. Confira a seguir quais são os tipos de enxerto que podem ser utilizados.
Enxerto gengival livre
Nessa técnica, são utilizadas porções de gengiva distantes do local que receberá a transferência. A região mais apta para a coleta é o palato (céu da boca), que possui gengivas em qualidade e quantidade suficiente. Um ponto negativo dessa técnica é que ela gera cicatrizes e colorações diferentes na gengiva, sendo indicada apenas para tratamentos não estéticos.
Enxerto de tecido conjuntivo
Esse tipo de enxerto não provoca os problemas de cicatrizes e coloração. Utilizando a parte interna da gengiva para o enxerto, essa técnica é ideal para corrigir a estética de gengivas retraídas e raízes aparentes.
Enxerto de gengiva pediculado
Indicado para procedimentos menores, o tecido retirado na técnica é proveniente do dente lateral à raiz que será recoberta.
Enxerto de origem animal
Não aprovada no Brasil, essa técnica é utilizada apenas na Europa e nos Estados Unidos. Com a desvantagem dos riscos de contaminação, os enxertos de origem animal apresentam o benefício de eliminar a etapa de coleta de tecido para transferência.
Enxerto biossintético
Apesar dos avanços tecnológicos desses materiais, a utilização de enxertos biossintéticos ainda precisa evoluir bastante para atingir um nível adequado de recuperação de volumes maiores de gengiva.
Todo o procedimento é realizado sob anestesia, ou seja, é completamente indolor. O local em que foi retirado o tecido doador é suturado (feito pontos), assim como a região que recebeu o enxerto, a qual é recoberta ainda por cimento cirúrgico, um produto que serve como uma barreira de proteção.
O pós-operatório
Após passar por um enxerto gengival, o paciente deve tomar alguns cuidados importantes para que o tecido enxertado não sofra deslocamentos. Para isso, o paciente será restrito de movimentar excessivamente os seus lábios por sete dias e deverá voltar ao consultório odontológico pelo menos duas vezes nesse período para que a limpeza do local seja efetuada.
Passada a primeira semana de pós-operatório, o paciente já pode retomar a sua escovação habitual. Nos primeiros sete dias, também é recomendado que o paciente permaneça em repouso, com suspensão de atividades ocupacionais e sociais.
Além disso, existem algumas recomendações quanto aos alimentos que podem ser consumidos, as quais excluem comidas muito rígidas e quentes nas duas primeiras semanas após o procedimento para evitar inchaços, sangramentos e para que os pontos não arrebentem.
Sentir algum desconforto na região em que foi coletada a gengiva é uma situação bastante frequente, mas o local que recebeu a transferência de tecido raramente manifesta dor. Ademais, o período de pós-operatório é simples e raramente provoca complicações como infecção ou inflamação.
A cicatrização
A cicatrização acontece em duas fases diferentes. Nas primeiras três semanas de pós-operatório, um pouco de inflamação no local é visível, a qual cessa após esse período. Quarenta e cinco dias após passar pelo procedimento, já não há nenhum vestígio de que a cirurgia de enxerto gengival foi realizada.
No entanto, apenas após 120 dias, ou seja, quatro meses, é que o paciente está liberado para realizar procedimentos odontológicos como a inserção de lentes de contato, facetas laminadas dentais ou implantes osteointegrados, os quais exigem uma maturação definitiva do tecido.
Passar por uma cirurgia de enxerto gengival é a solução para recuperar uma gengiva que foi afetada funcional e esteticamente. Além disso, essa técnica pode ser utilizada como uma etapa de preparação para a realização de procedimentos odontológicos como o implante, o qual fornece um sorriso bonito, harmonioso e uma dose de autoestima e qualidade de vida para o paciente.
Agora que você já descobriu tudo sobre o enxerto gengival, que tal saber mais sobre outro tipo de procedimento: o enxerto ósseo? Confira agora mesmo o nosso artigo sobre o assunto! Você vai adorar!